Revisitando este eixo, encontrei na interdisciplina EJA alguns temas que os quais tenho abordado em meu TCC, como a diversidade, a igualdade de direitos, adequação das escolas e professores diante da diversidade.
Para complementar minhas idéias, busquei o texto de Marta Kohl de Oliveira. Segundo ela, quando falamos desta modalidade de ensino (Educação de Jovens e adultos) “um primeiro ponto a ser mencionado é a adequação da escola para um grupo que não é o ‘alvo original’ da instituição”. Vemos e trabalhamos em escolas “preparadas” para receber crianças, porém os adultos são atendidos nestas mesmas escolas, que são adaptadas para outra faixa etária. Na verdade estas escolas estão acostumadas a atender e lidar com necessidades e habilidades destas crianças e não dos jovens e adultos. No entanto para se pensar em prática pedagógica da EJA, precisa se levar em consideração também as necessidades e habilidades desses jovens e adultos, que provavelmente não sejam as mesmas das crianças. Estas pessoas jovens e adultas precisam ser consideradas pela sua singularidade, não sendo mais crianças, marcados por uma escolarização muitas vezes fracassada, excluídos e que abandonaram a escola cedo ou nem mesmo freqüentaram por necessidades familiares e pela própria dificuldade de aprender. A EJA envolve uma realidade de jovens e adultos com vivências e experiências de vida muito importantes e que devem ser consideradas durante o processo de aprendizagem. Em relação ao “modelo escolar”, acredito que muitas vezes chega a “atrapalhar” este processo, pois é criado num ambiente onde professor dita as regras e os alunos obedecem. E os jovens e adultos precisam que a escola esteja em sintonia com sua realidade, suas vivências. A EJA é uma proposta de ensino que vem dar oportunidades de escolarização dentro de suas necessidades e habilidades (dos alunos), considerando, em sua prática pedagógica, a diversidade e dificuldade de adaptação, buscando uma proposta flexível onde os alunos se sintam capazes de construir e transformar. Os altos índices de evasão e repetência nos programas de educação de jovens e adultos indicam falta de sintonia entre essa escola e os alunos que dela se servem, embora não possamos desconsiderar, a esse respeito, fatores de ordem socioeconômica que acabam por impedir que os alunos se dediquem plenamente a seu projeto pessoal de envolvimento nesses programas.
Daí a necessidade de sintonia da escola com a realidade destas pessoas, valorizando o que já sabem e oportunizando um ambiente de troca, de diálogo, de experiências, onde suas curiosidades e seus desejos sejam também ouvidos e considerados.
Apesar de estarem em busca de um mesmo objetivo, cada um na sua individualidade, possui uma cultura (independente da idade, condição social ou raça) que, na sala de aula são confrontadas, onde possam tornar visíveis diferentes linguagens e pensamentos. Possuem seus conhecimentos prévios originando possíveis diferenças na maneira de pensar, expor e defender suas idéias. São pessoas cheias de culturas e que buscam ser reconhecidas pelas experiências que trazem consigo.